"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Eternal Sunshine Of The Spotless Mind...
Todas as vezes que assisto ou lembro deste filme, "me faço" a mesma pergunta:
Quais pessoas ou momentos eu gostaria que fossem apagados da minha lembrança???
E por mais louca que a resposta possa parecer, hoje, eu sempre chego a mesma conclusão: Nenhum! Não existe momento que eu queira apagar ou muito menos pessoas...
Cada pedacinho vivido, bom ou ruim e pessoas que por mim passaram, boas ou "más", foram responsáveis para a construção de quem sou hoje.
Sem dúvida alguma houveram momentos perfeitos, como houveram inúmeros momentos ruins, momentos de tristeza profunda e eu diria até tenebrosos!
Descobrir a doença do meu pai foi um desses...
Calma! Não vou falar mais uma vez sobre, pais ou sobre a doença do meu pai. Nada disso! Apenas quero exemplificar que eu tive momentos terríveis e que a lição tirada disto foi a melhor possível. Eles servem para alguma coisa! Servem para te fazer melhor... Complexo não?
Claro que no momento da turbulência você não pensa nas experiências positivas que irá colher. Pelo contrário, dependendo do tamanho da dor, você se fecha e tranca mesmo o coração, se revolta...
Porém, a verdade é que os momentos ruins são os responsáveis pela nossa transformação. Geralmente uma transformação positiva, pois eles servirão para o nosso amadurecimento...
Eu sei que isso é uma experiência totalmente individual e nem sei dizer se é uma questão de querer aprender.
Comigo pelo menos não foi assim! Eu não fiquei pensando na lição positiva que poderia tirar daquele momento de dor, foi como um click, como um despertar...
Simplesmente olhei para trás e percebi o rastro feio que estava deixando, os frutos negativos que vinha plantando.
E foi assim que "desabrochei"...
Hoje, percebo que passei a enxergar as coisas por um outro ângulo, o ângulo do meu próximo. "Do cacete" isso né?!
Infelizmente não se aprende com as coisas boas, não sei exatamente o porque disso, particularmente, eu só aprendo com a dor, com as experiências negativas. Na minha vida, as coisas boas servem para me dar prazer, um complemento mesmo, do tipo, momentos bons são para as risadas, mas são as dores que constroem e construirão quem eu realmente sou e serei.
Claro que um acontecimento negativo muito chocante, muito drástico, te faz perder o equilíbrio, o rumo, o chão... e comigo não foi diferente! (neste momento refiro-me a notícia da doença de papai que foi e ainda é algo muito pesado para todos nós, especialmente para mim que sempre vivi assombrada com a idéia de poder perdê-lo um dia).
Alias, não foi e nem é nada fácil, porém vou falar no passado pois essa eu já consegui superar, ou seja, dessa só tenho colhido "bons frutos" hoje em dia! :)
As consequências foram sentidas no meu emocional e no meu físico também...
Não magoei apenas pessoas, eu me feri e muito!
Quando você não está preparado para a dor, para perda, você reage de maneira totalmente inconsequente, eu diria. É involuntário, porém tem consequências...
Mágoas foram causadas, dores foram provocadas e sentidas, por mim e pelas pessoas ao meu redor e nem sempre as pessoas estão dispostas a aceitar isso, nem acho que devam aceitar! Com isso, "inimizades" foram construídas!
Marcas aparentemente indestrutíveis, mas graças a Ele, "alguém apertou o botão do click" e as coisas começaram tomar outro rumo.
Passei encarar a vida com outros olhos, comecei ver tudo colorido novamente. Comecei enxergar que existiam pessoas ao meu redor...
O perdão foi pedido e principalmente concedido!!! Aleluia!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Essa semana tive uma experiência muito bonita, algo relacionado a transformação do meu coração. Relacionado ao desabrochar da minha alma...
Aliás, me perdoem pela falta de modéstia eu tenho sentido um certo orgulho de mim sabe?! Acho que estou conseguindo fazer algumas coisas de maneira correta.
Sabe o que é mais bacana? É que eu tenho conseguido consertar. Não tem sido irreparável e de tudo, isso é o que mais tem me emocionado!
Obrigada Deus! :)
Definitivamente, pensando bem, não mudaria mesmo nada! E depois disso tudo acabei de concluir mais uma coisa: Não houveram pessoas más....................
Este post é dedicado a todos que estiveram, estão ou estarão na minha vida...
Obs.: Anna Carolina, este post foi feito especialmente para você! ;)
Obs2.: Fabíola te peguei né? Pensou que fosse mais um texto melodramático a respeito de amor... he he he
"Responda rapidamente: quem você deletaria de sua memória sem pestanejar? Proponho que você anote esse nome em um papel e vá assistir a O Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, que levanta uma questão na qual (quase) nunca pensamos: existem memórias ruins?
Joel (Jim Carrey) é um cara tímido que arruma uma namorada, Clementine (Kate Winslet), cuja personalidade é oposta à dele. Mesmo assim, os dois começam a namorar e, juntos, constroem uma história. Nenhuma novidade até aqui: quantos filmes têm um casal protagonista? Milhões. Só que Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças não é como qualquer um desses que você deve ter imaginado.
Depois que Joel e Clementine terminam, ela resolve contratar a empresa do doutor Howard Mierzwaik (Tom Wilkinson), que oferece um serviço um tanto quanto peculiar: ele desenvolveu uma técnica que deleta, literalmente, alguém de suas lembranças. Os técnicos – vividos por Kirsten Dunst, Mark Ruffalo e Elijah Wood – entram na mente do contratante e apagam qualquer lembrança existente relacionada à pessoa escolhida. Clementine, claro, pede que eliminem Joel de sua vida. Quando ele descobre a tramóia, não pensa duas vezes e contrata a empresa para fazer o mesmo serviço em sua mente, desta vez eliminando a ex-namorada.
O roteiro de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças é louco e muito bem amarrado. Trabalho de Charlie Kaufman (responsável pelas histórias dos não menos alucinados Adaptação e Quero Ser John Malkovich), que mostra ser um verdadeiro aficionado pelos mistérios da mente humana. Enquanto que Kaufman nos mostra seu mapa das lembranças humanas, Michel Gondry – que já dirigiu alguns dos melhores e mais loucos clipes da islandesa Björk – nos guia pela mente de Joel. Vale também destacar a performance do (ex?) comediante Jim Carrey que, mais uma vez se aventurando no gênero dos longas dramáticos, se sai muito bem, assim como Kate Winslet – mas isso não é novidade para ninguém, a inglesa já provou ser mais do que “a mocinha do Titanic”.
Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças não é somente uma experiência que brinca com a mente humana: é um filme triste. Portanto, se você resolver assisti-lo (e eu recomendo que realmente vá), prepare-se para ter vontade de entrar em suas próprias lembranças, buscando pessoas que passaram por sua vida e estão escondidos em cantos isolados de sua mente. E, claro, chegar à conclusão de que nenhum relacionamento é tão ruim a ponto de merecer ser sumariamente deletado da memória."
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3 comentários:
Esse filme realmente é tudo!
Um dos meus prediletos...
até que enfim! Eu sabi que era para a Anna assim que comecei a ler..
Amiga, não desiti de reparar o que vc achar que deve ser reparado. O bom da vida é temos chances de consertar tudo. Estou MEGAAAAAAAAA orgulhosa.
bjs
""A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez."
Friedrich Nietzsche
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