quinta-feira, 24 de junho de 2010

Só para os raros...

"Não sou pra todos.
Gosto muito do meu mundinho, ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas.
Às vezes tem um céu azul, outras tempestade....
Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos, mas não cabe muita gente, todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso: são necessárias".


Caio Fernando Abreu

terça-feira, 22 de junho de 2010

The Notebook - Official Trailer





Voltei a ter insônia e há duas semanas tenho aproveitado esse tempo para ler ou ver filmes.

Nessa madrugada, assisti um filme que já tinha visto há muito tempo chamado "Diário de uma paixão" ou "The Notebook" (título original).

Já tinha esquecido como esse filme é lindo demais!!! De tirar o fôlego...

Portanto, se você é uma babaca, ou melhor, em tempos de copa, uma "CAGONA DE MERDA" assim como eu sou e adora disperdiçar lágrimas e lágrimas sonhando com esses romances impossíveis que NÃO VÃO ACONTECER, deixo a dica de um filme daqueles que te fazem querer enfiar a cabeça no vaso e dar descarga para morrer afogada. rs


THE NOTEBOOK...



"Nothing is ever really lost, or can be lost,
No birth, identity, form--no object of the world.
Nor life, nor force, nor any visible thing;
Appearance must not foil, nor shifted sphere confuse thy brain.
Ample are time and space--ample the fields of Nature.
The body, sluggish, aged, cold--the embers left from earlier fires,
The light in the eye grown dim, shall duly flame again;
The sun now low in the west rises for mornings and for noons continual;
To frozen clods ever the spring's invisible law returns,
With grass and flowers and summer fruits and corn. "

Walt Whitman

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Aquele que deveria ser mais um dia...

Hoje era para ser mais um dia...
Hoje, especialmente hoje, sua ausência está me dilacerando...

Hoje, eu precisava muito que o Sr. estivesse do outro lado do telefone escutando o meu "OI MEU PAIZINHO QUERIDO"
Essa era a minha frase predileta de todos os dias, porque nós dois sabíamos que nela continha o meu mais puro e verdadeiro "EU TE AMO".

Hoje, eu precisava que o Sr. estivesse do outro lado do telefone só para eu poder "ouvir" o seu sorriso de prazer que o Sr. dava sempre que eu falava isso...

Hoje, eu precisava muito receber em troca o seu "OI MINHA FILHA QUERIDA"...
Eu sabia que não seria diferente, o Sr. sabia que não seria diferente...
O que eu não sabia, o que eu não sei e o que está mais me assustando, é como será daqui pra frente!?
Estou com muito, muito medo...

Como se vive uma vida sem sonhos? Esse pai, é o meu maior problema hoje...
Me sinto anestesiada a tudo!
Nada pode me causar dor e ao mesmo tempo, nada pode me transmitir felicidade...
Me sinto sem alma sabe como é?
Como se estivesse realmente oca... sem planos e sem vontades...
Como se vive uma vida assim???
E todas as vezes era o Sr. que respondia todas os meus questionamentos, desde o mais simples até o mais complicado como este...
Como se vive uma vida sem sonhos???


Ontem, um amigo deixou um recado que estava feliz por me ter de volta.
Não estou de volta respondi...
Quando subo a superfície para pegar um pouco de ar, são os momentos que consigo brincar, sorrir ou fazer algum tipo de piada. Mas, são raros estes momentos...
Definitivamente não estou de volta! E não sei se volto, pois tenho a sensação de que morri por dentro...
Me sinto só...extremamente só e perdida!

Hoje, era para ser apenas mais um dia, mas hoje, especialmente hoje, o Sr. está me fazendo MUITA falta porque o Sr. não precisava de um dia especial para ser especialmente presente na minha vida, logo, sua ausência, não precisa de um dia especial para ser sentida...

Esse foi apenas um desabafo e só quem tem ou teve a relação que nós dois tínhamos como pai, filha e verdadeiros amigos, será capaz de entender esse texto...
Sua falta hoje está tão grande, que precisei externá-la em palavras...

SINTO SUA FALTA MEU PAIZINHO AMADO!
Muito...


Sua filha Andréa


Hoje, eu li uma passagem que certamente seria a sua resposta pra mim, pois quando eu te questionava como filha, o Sr. me respondia muito mais do que como um pai, o Sr. me respondia como um verdadeiro HOMEM DE DEUS!
Por isso, mesmo tão vazia como me sinto agora, resolvi postá-la:


“Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça. Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação. Põe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor dele até na velhice” (Eclesiástico 2,1-6).

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Meu caro estranho...

"Meu caro estranho, nossa estranheza nos levou à cama e
seguimos nos desconhecendo.
Não perguntei de onde vieram tuas cicatrizes e
não me perguntaste se eu já havia usado o cabelo mais curto.

Simplesmente nos beijamos e dispensamos todos os porquês...
Fui uma mulher qualquer e fostes mais um homem...

E se esse descompromisso não merece ser chamado de amor,
ainda assim não carece ser desfeito e esquecido



meu caro estranho,
mesmo nos amores não há nada muito além disso...


Martha Medeiros

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Texto Maravilhoso sobre o Flamengo...

"Quando alguém quiser entender 1% do que é o Flamengo, leia isso.


OFF: Uma nação sonhando...LEIAM!!!



A oposição não se conforma, mas não pode fazer nada: o Flamengo é um caso de amor entre milhões e o Brasil. Um dia, quando se mergulhar de verdade nos fatores que, historicamente, ajudaram a consolidar a integração nacional, o Flamengo terá de ser incluído. Durante todo o século XX, ele uniu gerações, raças e sotaques em torno de sua bandeira. Ao inspirar um rubro-negro do Guaporé a reagir como um rubro-negro do Leblon (com os mesmo gestos e expletivos, e no mesmo instante), o Flamengo ajudou a fazer do Brasil uma nação.


Mas o Flamengo não é uma abstração histórica. É um complexo de carne, ossos, tendões, músculos. Quando se fala nele, vêm à mente os heróis que, no decorrer das décadas, têm vestido sua camisa e formado times de sonho. Homens como Abelha; Bigu, Onça, Ronaldão e Tinteiro; Manteiga e Dendê; Sapatão, Foguete, Bujica e Beijoca. Epa! Desculpe, peguei a lista errada! Esse é o time do pesadelo. A lista certa é: Raul; Leandro, Domingos da Guia, Reyes e Júnior; Carlinhos e Zizinho; Joel, Leônidas da Silva, Zico e Dida.


Falando sério, poucas instituições serão tão abrangentemente nacionais quanto o Flamengo - a Igreja Católica, sem dúvida, é uma delas, e, talvez, o Jogo do Bicho. E olhe que o Flamengo não promete a vida eterna nem o enriquecimento fácil. Ao contrário, às vezes mata de enfarte e, quase sempre, só dá despesa. Mas uma coisa ele tem em comum com a religião e o bicho: a fé. Esta é a matéria-prima de que as três instituições se alimentam. Mas com vantagem para o Flamengo, porque a igreja só paga dividendos depois da morte e o bicho tanto pode dar quanto não dar - já o Flamengo costuma pagar seus dividendos espirituais toda quarta e domingo. Em termos de alcance dos agentes dessa fé, então, não há comparação possível: o padre e o bicheiro são personagens locais, ao passo que os jogadores do Flamengo, via rádio ou TV, cobrem todo o território e são heróis (ou vilões) nacionais.


Daí ele ser onipresente. O Rio foi seu berço, mas sua casa é o Brasil. Sua camisa vermelha e preta viaja de canoa pelos igarapés; galopa pelas coxilhas; caminha pelos sertões; colore todas as praias; está nos barracos das favelas e nas coberturas tríplex. Suas cores vestem famosos e anônimos, bandidos e vítimas, corruptos e honestos, pobres e grã-finos, idosos e crianças, os muito feios e as muito bonitas. De repente, materializam-se nos lugares mais inesperados: já estiveram nas mãos de Frank Sinatra, no papamóvel de João Paulo II, nos peitos de Madonna.


Mas, principalmente, tomam os estádios, em tantas tardes e noites quantas o Flamengo entrar em campo, não importa onde. Donde talvez não seja cientificamente exata a frase que, de tão usada, logo se tornaria clichê: a de que "o Flamengo é uma nação" - frase criada pelo deputado federal cearense Walter Bezerra de Sá há mais de trinta anos. Mais exato, talvez, seria dizer que, ao contrário, a nação é que é Flamengo. Segundo pesquisas veiculadas por órgão insuspeitos, o Flamengo é o clube de maior torcida do Brasil por qualquer categoria que se queira estudar. Você escolhe: região, sexo, faixa de idade, nível de renda, cor da pele, plumagem política, grau de escolaridade, QI ou quantidade de dentes - é maioria entre os desdentados e os que nunca tiveram uma cárie. Sua presença no Rio é esmagadora: 42% dos cariocas são Flamengo. O restante se divide entre os que se repartem pelos outros clubes e os que, por esnobismo ou enmui, não se interessam por futebol.


Mas sua torcida não se espreme entre a montanha e o mar. Ao transbordar para todos os estados do Brasil, muitas vezes supera a dos próprios times locais. No norte e no nordeste, é esmagadora. Em Brasília, é, proporcionalmente, maior até do que no Rio. Em SP, é mais numerosa do que a da tradicional Portuguesa. É forte até mesmo no sul, onde os times de fora não costumam ter vez. E existem quase cem clubes, profissionais ou amadores, de todos os estados do Brasil, chamados Flamengo.


Bolas, por que não dizer logo? É, disparado, a maior torcida de futebol do mundo. Quando se pensa que, na Espanha, o clube mais popular é o riquíssimo, sério e bem administrado Barcelona, tem-se vontade de chorar. A torcida do Flamengo não é apenas maior que a do Barcelona - é quase igual a toda a população da Espanha! E só por isso deveria ser sagrada para os indivíduos que uma minoria transforma em presidentes do clube."


"Flamengo, o vermelho e o negro" Ruy Castro - Ediouro - 2004

Créditos: http://flamengoeternamente.blogspot.com/

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Desafeto...

Não quero mais o beijo molhado, o derretimento castanho dos olhos, o sorriso sacana. Não creio mais em tardes febris ou saudades desesperadas. Tudo é verbo, verso, papo furado. Tudo pode ser rasgado, cuspido, jogado no lixo. Obra prima perdida em rasuras. Poesia sem calor de corpo. Paixão destituída de loucura. Fogo morto.


Não quero mais o encaixe de tudo, o perfume da pele, a carícia dos dedos. Não creio mais em noites acesas, em madrugadas intensas, em manhãs de luxúria. Tudo é fome e desejo de saciedade. Tudo é espera por novidades. Displicência de afetos, perda de tempo, sexo sem vontade.


Não quero mais sensações de eternidade, abraços pra sempre, sussurros de amor. Creio em frases desacompanhadas, em palavras cruas, textos sem autor. Tudo é falta de comprometimento, tudo é vácuo, vazio, relento. Tudo é falta de rumo, um peito apertado, tristeza sem dor...



Marla de Queiroz