sexta-feira, 22 de julho de 2011

Meu Perfil...

"Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal-resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo e não estou aqui pra que vocês gostem de mim, mas pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho e seduzir somente o que me acrescenta.
Tenho uma relação de amor com a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra. A palavra é meu inferno e minha paz.

Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras e falta de ar....

Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro de alguma forma, no toque mesmo, na voz ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos:
são eles que me dão a dimensão do que sou."


Marla de Queiroz


Perfeita! Genial! Magnífica!
Ser repetitivo é tão chato e redundante...
Alguém saberia como falar da Marla sem usar os mesmos adjetivos de sempre??? Por favor, me ajudem!!! Ela merece muito mais...

Obrigada Marla! Muito obrigada!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Perspectivas...

"Eu mudei de forma tão expressiva, em alguns aspectos, que tenho dificuldade para me imaginar dentro de determinados padrões emocionais que eu já vesti. Há um estranhamento, é como se aquela pessoa que olho à distância não fosse eu. Claro que era, mas não muito. Claro que era, mas vestida com uma penca de coisas que não eram minhas. Com camadas e mais camadas que me escondiam de mim. Com roupas que fui trocando pelo caminho, nas várias mudas que já vivi. Houve um momento em que, ao me olhar no espelho do coração, eu me flagrei bem diferente. Eu havia mudado, sem sequer ter percebido enquanto acontecia. A vida é uma tecelã habilidosa, tece as mudanças, em silêncio, no tear do tempo.


De repente, a gente se olha e tem a impressão de encontrar quase outra pessoa, uma versão nossa revista e atualizada. Mas, no fundo, ela não é tão nova quanto aparenta. Estava lá, em estado de latência, o tempo todo, como a flor que já mora na semente e um dia desabrocha. Às vezes me ocorre que viver é se despir lentamente das peças que encobrem quem somos até que a idéia original apareça, uma espécie de strip-tease da alma. Podemos levar muito tempo para começarmos a ficar mais parecidos com nós mesmos, mas também podemos passar uma vida inteirinha escondidos numa montoeira de roupa que não nos pertence. Mudar não acontece por mágica. A gente precisa querer se buscar.


Um dos padrões mais embaraçosos que deixei pelo caminho foi o de viver sob a perspectiva da falta. Na maior parte do tempo, eu via somente o que me faltava. O mais interessante, ao olhar para trás, é reconhecer que o que a gente vê com mais freqüência acaba se tornando a nossa realidade mais freqüente. É como se a vida precisasse se organizar para não desmentir a nossa visão. E tudo parece encolher para o olhar que é pequeno. Se fixo o olhar no que me falta, faltam olhos para ver o que eu tenho. Para usufruir do que já conquistei. Para me sentir em casa com a vida que eu posso viver agora, com todas as esquisitices dela, as imperfeições, as dificuldades, mas também com as possibilidades que ela me oferece exatamente aqui. O sentimento de falta nos leva pra longe. Lá onde ainda não é e talvez nem venha a ser.


Quando vivemos na freqüência da escassez, nosso coração não tem descanso. Ele não sai pra brincar, estamos ocupados demais lamentando o que não temos para perceber que talvez até já sejamos felizes. Felizes, mesmo ainda sem as coisas que podem tornar nossa estada por aqui mais rica e interessante. Em nenhum momento eu deixei de ter sonhos nem de agir na direção deles, eu deixei foi de ser prisioneira da minha expectativa. Há uma liberdade sutil em não se fazer da vida uma sala de espera. Passamos a viver cada dia de uma maneira mais amistosa e relaxada. Quando não esperamos tanto e não funcionamos tão aflitivamente no compasso da carência, podemos apreciar melhor o sabor de cada pequeno encontro. Da gratuidade dos detalhes mais simples. Da sutileza de encantos que os olhos que percebem somente a falta desaprendem a ver.


Eu desconfio que esse sentimento está também relacionado à dificuldade de autopreenchimento. À inabilidade para encontrarmos satisfação, antes, na nossa própria companhia. Afastados de nós mesmos, buscamos fora o que primeiro precisamos encontrar dentro. Como disse Goethe, "Tudo nos falta quando nos faltamos". Quando larguei pelo caminho essa roupa apertada, descobri que a natureza da vida é ser mais espaçosa, não importa o que nos contaram a respeito. Que a sensação de peso é um claro sinal de que algo está fora do lugar, porque viver, mesmo com todos os inevitáveis sofrimentos da nossa condição humana, é pra ser mais leve. Descobri prazeres que sempre estiveram disponíveis e eu não conseguia perceber. Confortos possíveis que a minha visão encurtada não podia notar.

Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver."



Ana Jácomo





"Eu mudei de forma tão expressiva, em alguns aspectos, que tenho dificuldade para me imaginar dentro de determinados padrões emocionais que eu já vesti.
...Um dos padrões mais embaraçosos que deixei pelo caminho foi o de viver sob a perspectiva da falta. Na maior parte do tempo, eu via somente o que me faltava.
...Se fixo o olhar no que me falta, faltam olhos para ver o que eu tenho.
...O sentimento de falta nos leva pra longe. Lá onde ainda não é e talvez nem venha a ser.
...Quando vivemos na freqüência da escassez, nosso coração não tem descanso. Ele não sai pra brincar, estamos ocupados demais lamentando o que não temos para perceber que talvez até já sejamos felizes.
...Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver."



PROFUNDO!!!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ele nem sabe...

"Ele não sabe mais nada sobre mim...

Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada.

Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto.

Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim.

Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre.

Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura. Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso.

Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria."


Marla de Queiroz



A você, que sem imaginar, me tornou "a melhor amiga de mim mesma"... MUITÍSSIMO OBRIGADA!!!

Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas...

"As perolas são feridas curadas, pérolas são produto da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.

A parte interna da concha de uma ostra, é uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado? Uma linda pérola é formada.

Uma ostra que não foi ferida de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada!

- Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de um amigo?
- Já foi acusado de ter dito coisas que não disse?
- As suas idéias já foram rejeitadas, ou mal interpretadas?
- Já sofreu os duros golpes do preconceito?
- Já recebeu o troco da indiferença?
Se sim, então, reaja e aprenda a produzir uma pérola !!!

Avalie a situação e cubra estas suas mágoas com varias camadas de persistência,confiança,aprendizado,estabilidade, paciência e muito amor , mas infelizmente isso não é tão fácil e são poucas as pessoas que se interessam e conseguem, com sucesso, realizar por esse tipo de ação, pois muitas das vezes somos apenas passivos e não ativos as respostas que recebemos do mundo ao nosso redor.

A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando estas feridas abertas, alimentando- as com vários tipos de sentimentos pequenos e, portanto não permitindo que cicatrizem e às vezes até aumentando-as e com isso se tornando pessoas amargas e culpando todos ao seu redor por sua dor e infelicidade.
Assim, na prática, o que vemos são muitas "ostras" vazias, não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em algo produtivo para seu desenvolvimento pessoal.
Produzir uma ostra é apenas uma questão de atitude.

As pérolas mais belas são geradas nas profundezas do nosso ser."

Autor Desconhecido

segunda-feira, 4 de julho de 2011

#RIP... FACHA - FACULDADES INTEGRADAS HELIO ALONSO

Aplaudindo meu antigo professor com lágrimas nos olhos e MUITO triste por saber que nem com toda manifestação de solidariedade por parte dos alunos, seremos capazes de mudar essa pouca vergonha!!! #LAMENTÁVEL

"Sementes, flores e abacaxis
Desde que fui informado, por telefonema seguido de um frio telegrama, de minha demissão (e de tantos outros colegas) da Facha, pensei em vir aqui e publicar um desabafo. De cabeça quente, achei melhor nem escrever. Certamente iria expressar minha revolta..., minha indignação pela forma como fomos tratados, mas senti que devia esperar a reação dos alunos. Lá no fundo, esperava que as sementes que ajudamos a plantar durante tantos anos dessem algum fruto agora. Afinal, a esperança é sempre o que resta aos lavradores. E se há algo que fizemos de bom nesses tantos anos de Facha foi plantar, plantar e plantar. Mas juro que nem pressentia uma colheita tão madura. Em menos de 24 horas nossas sementes viraram flores, frutos, verdadeiros abacaxis atirados ao colo da Comatrix e da OHAEC! Em tão pouco tempo descobri que a velha e boa Facha, da qual até eu duvidava, ressurgiu como legítima representante dos verdadeiros valores da educação e do saber. A ira de alunos e ex-alunos, sua rápida mobilização não apenas em defesa desse ou daquele professor, mas dos princípios mais legítimos de uma instituição de ensino, sinceramente me surpreendeu. Aposto que a Comatrix não contava com essa. Seus executivos, prenhes de MBAs, planilhas e estimativas de custos, talvez não tenham essa experiência toda que, com a argúcia dos bons vendedores, convenceram o Prof. Helio Alonso a transformar, da noite para o dia, uma instituição com 40 anos de história em mais uma máquina emissora de diplomas. Mandaram mal, minha gente, mandaram muito mal. Não se pega uma Valderez aos 81 anos de elegância e a mais pura sabedoria e, simplesmente, se diz: “Minha senhora, seus serviços não nos interessam mais, vá fumar seu cigarro mentolado em outro lugar”. Isso aqui é a Facha, dona Comatrix. Isso aqui não é Celso, Estácio ou Unicarioca. Não venham com sua receita pronta, que aqui a gente faz a comida na hora. Somos antropófagos. Isso aqui é terra de gente-abacaxi, terra de milícias de Botafogo, bondes do Méier. Terra de professores que já comeram o pão que o diabo amassou e beberam uma dose de gasolina pra descer mais gostoso. Terra de alunos que têm mais dignidade do que dinheiro, mais sonhos na alma do que netbooks na bolsa. Todos sabemos que essa deve ser uma guerra perdida. Que o $aber da Comatrix (que nome bonitinho!) vai acabar esmagando a resistência das flores. Mas vai ficar um cheiro bom no ar. Não cheiro de sangue e de fezes a que eles estão acostumados. Vai ficar o perfume da esperança e da dignidade. O perfume de uma Facha que pode até estar morrendo, mas permanecerá viva em nossos corações. É isso gente. Tenho vontade de chamar todos os meus queridos alunos e amigos professores para comemorar. “Vamos tomar uns bons drink!”, porque “porraaaaaaaaa!!!”, perdemos a guerra mas ganhamos a mais importante das batalhas."

Por: Sebastião Martins