segunda-feira, 9 de abril de 2012

O amor esquece de começar...

"Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros.


Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção.


Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas.


Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar.



Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia.



Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza.Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam.



Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado.Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas.



Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você.



Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele.



Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la.



Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha.



Você tem medo de já estar apaixonada..."



Trecho do livro "O amor esquece de começar" de Fabrício Carpinejar

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Adele - Rolling In The Deep (Grammy 2012) HD

Simplesmente viciada!!!
Adele, belíssima e talentosíssima!!!
Tomara que não se perca como tantas outras brilhantes cantoras...
SORTE!!!



Rolling In The Deep


There's a fire starting in my heart
Reaching a fever pitch and it's bringing me out the dark
Finally, I can see you crystal clear
Go head and sell me out and I'll lay your ship bare


See how I'll leave with every piece of you
Don't underestimate the things that I will do

There's a fire starting in my heart
Reaching a fever pitch and its bringing me out the dark


The scars of your love remind me of us
They keep me thinking that we almost had it all
The scars of your love, they leave me breathless
I can't help feeling


We could have had it all
(You're gonna wish you never had met me)
Rolling in the deep
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
You had my heart inside of your hand
(You're gonna wish you never had met me)
And you played it to the beat
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)


Baby, I have no story to be told
But I've heard one of you and I'm gonna make your head burn
Think of me in the depths of your despair
Making a home down there, as mine sure won't be shared


(You're gonna wish you never had met me)
The scars of your love remind me of us
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
They keep me thinking that we almost had it all
(You're gonna wish you never had met me)
The scars of your love, they leave me breathless
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
I can't help feeling


We could have had it all
(You're gonna wish you never had met me)
Rolling in the deep
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
You had my heart inside of your hand
(You're gonna wish you never had met me)
And you played it to the beat
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)


Could have had it all
Rolling in the deep
You had my heart inside of your hand
But you played it with a beating

Throw your soul through every open door
Count your blessings to find what you look for
Turn my sorrow into treasured gold
You pay me back in kind and reap just what you sow


(You're gonna wish you never had met me)
We could have had it all
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
We could have had it all
(You're gonna wish you never had met me)
It all, it all, it all
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

We could have had it all
(You're gonna wish you never had met me)
Rolling in the deep
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
You had my heart inside of your hand
(You're gonna wish you never had met me)
And you played it to the beat
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

Could have had it all
(You're gonna wish you never had met me)
Rolling in the deep
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)


You had my heart inside of your hand

But you played it
You played it
You played it
You played it to the beat




domingo, 4 de dezembro de 2011

Entrevista - Reynaldo Gianecchini

MUITO FORTE!!! Ainda não tinha visto...
Primeiramente, ao receber a notícia, ela faz você desmoronar...
Num segundo momento, ela faz você enxergar a força que JAMAIS imaginou ter...
E ao final, três certezas: impossível ser o mesmo de antes, impossível sair ileso dela e, certamente, um olhar sob uma nova perspectiva de vida!


FORÇA GIANECCHINI!!!


domingo, 20 de novembro de 2011

"Quem é mais esperto???"


“O amor podre só fede pra quem quis sentir alguma coisa. Vontade de nunca mais ser degustada pelas beiradas. Não me levam e ainda deixam um monte de merdas misturadas a mim, como se tivessem cagado eu mesma para mim mesma. Eu só fiz gostar deles. Ou melhor: eu só fiz usá-los para gostar um pouco da vida. Se eles me usaram por causa do meu buraco entre as pernas, eu os usei por causa do meu buraco no meio do peito. Quem é mais esperto? Não sei.”
- Tati Bernardi.



Não sei, mas vou tentar opinar!

Penso que mais esperto é sempre aquele que conseguir, mesmo após ficar despedaçado, juntar os cacos e seguir em frente, acreditando, mesmo que desconfiado, tentando, mesmo que sem forças, mas, principalmente, aquele que não provoca as mesmas cicatrizes em outra pessoa que nada teve a ver com suas frustrações anteriores. Machucar alguém, sempre machucaremos, somos imperfeitos, mas que seja involuntário, e não por blindagem ou sacanagem...

O mais esperto e inteligente será sempre aquele que passou por tudo o que a Tati escreveu, e conseguiu entender que amor é algo que não se pode exigir, e que suas escolhas tem 50% de chances de darem certo, e mesmo dando errado, não é para se arrepender e sim APRENDER! E que não se deve fazer nada esperando receber em troca... É querer ser feliz sem a certeza de que será, e saber que, apesar de, FOI-SE FELIZ...mesmo que não tenha sido "uma felicidade de mão dupla"!

O mais esperto e inteligente é sempre aquele que se entrega sem medo de se machucar, pq sabe que está/esteve ali pensando, primeiramente, em si próprio, pq ninguém pensa no próximo em primeiro lugar, afirmar isso é pura hipocrisia, muito embora devesse ser um princípio básico de cada um...

O mais esperto e inteligente será sempre aquele que, "após o luto", primeiro limpa o seu coração antes que ele seja habitado novamente... Isso se chama RESPEITO ao próximo!

Eu li uma frase da Fernanda Estellita que diz exatamente isso: "NINGUÉM PERTENCE A NINGUÉM, MAS RESPEITO PERTENCE A TODOS".

Por isso tudo, esse para mim será sempre o mais esperto e inteligente, simplesmente, pq lá na frente entenderá que ser uma pessoa digna, nada tem a ver com o outro, é a maior prova de respeito consigo mesmo, pq se alguém sente orgulho de visto como mau caráter, tb é a maior prova de que está morto para a vida!!!

O maior registro de lembranças do caminho percorrido, não estão nas fotos com os amigos nas saídas, ou nos sorrisos expostos nas páginas dos perfis sociais, a grande verdade é que ninguém sabe como você está por dentro, a maior prova de quem você realmente foi/é está registrado neste livro invisível chamado "VIDA" e ser encarado como mocinho ou bandido, burro ou esperto, não é um julgamento nosso!
Às vezes achamos que estamos abafando, qdo conseguimos provar, aparentemente, como fomos ou somos "superiores" em relação a alguém, e sem saber, somos os mais patéticos para as pessoas que realmente importam...

Penso que esse julgamento de quem foi "O MAIS ESPERTO", citado pela Tati, será apenas consequência das nossas escolhas e atitudes e de como seremos encarados pelos outros, mesmo que sempre afirmemos que a opinião do próximo não nos interessa... o que aliás, é uma GRANDE mentira! Uma vez que é impossível viver só...

Enfim, esse é o meu pensamento! Tati Bernardi, mais uma vez, como sempre, PERFEITA!!!

domingo, 6 de novembro de 2011

Zélia cantando "Saúde" de Rita Lee



Saúde

Me cansei de lero-lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar opinião de como ter um mundo melhor

Mas ninguém sai de cima nesse chove-não-molha
Eu sei que agora
Eu vou é cuidar
Mais de mim!...

Uh! Uh! Uh! Uh!
Uh! Uh! Uh! Uh!
Uh! Uh! Uh! Uh!
Uh! Uh! Uh! Uh!

Como vai? Tudo bem!
Apesar, contudo
Todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Não!
Se por acaso morrer
Do coração...

É sinal que amei demais

Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz...


Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!
Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!
Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!


Como vai? Tudo bem!
Apesar, contudo
Todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Não!

Se por acaso morrer
Do coração...

É sinal que amei demais

Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz...


(Rita Lee)


terça-feira, 1 de novembro de 2011

So Far Away ...

"Long ago I reached for you and there you stood
Holding you again could only do me good
How I wish I could,
but you're so far away...


One more song about movin' along the highway
Can't say much of anything that's newIf

>>>If could only work this life out my way >>> I'd rather spend in bein' close to you. <<<

But you're so far away, doesn't anybody stay in one place anymore???
It would be so fine to see your face at my door
Doesn't help to know you're so far away...."




Se eu pudesse fazer uma escolha hj, seria pode te abraçar novamente
e nem precisaria falar absolutamente NADA pq o Sr. entenderia absolutamente TUDO!!!


"Holding you again could only do me good..."
"It would be so fine to see your face at my door..."



Muitas saudades...





LULA e o SUS (por Tico Santa Cruz)...

 A única coisa que posso comentar neste momento, é que FODA-SE onde ele vai se tratar. RESPEITO é antes de mais nada a maior lição de MORAL que qualquer pessoa pode dar. Hj, meu paizinho amado, meu GRANDE PARCEIRO de vida, completaria 80 anos de idade. Perdi meu pai, ano passado, por conta desta doença maldita e, sinceramente, não acredito na quantidade de piadas que recebi desde que o nosso ex-presidente recebeu o diagnóstico!!! Nosso deboche é a maior prova da nossa falta de capacidade para evoluirmos e mudarmos a situação do nosso país. O câncer, é tão cruel e devastador, que mata não apenas o paciente, mas acaba tb com a vida de quem assiste impotente o estrago causado por ele. A grande verdade, é que ricos ou pobres, somos todos iguais... MEDÍOCRES E DESUMANOS!!! Meu querido Tico, perdoe-me mas é que hj, é um dia extremamente doloroso para mim e não aguento mais ouvir as pessoas reclamando disso ou daquilo, como vc mesmo falou, reclamamos porém não agimos. O Maluf está lá! O Tiririca, O Romário, O Sarney... poderia ficar aqui citando, citando, citando... Enfim... A grande questão é que uma pessoa está doente! Não importa quem ele foi, é ou deixa de ser para vc. RESPEITE!!! Especialmente os que não tiveram o desprazer de conviver com algo tão devastador!!! Não tenho mais entrado em polêmicas, mas hj não consegui ficar calada!!!
E mais uma vez, obrigada Tico Santa Cruz, vc como sempre colocando sua posição de maneira digna e consciente! Já escrevi isso e vou repetir: posso não ser sua fã número 1, já vi outras aqui que me deixam lá no final da fila...rs, mas estou aqui, te seguindo e admirando cada vez mais, não apenas pela sua música, mas PRINCIPALMENTE pela pessoa que vc SEMPRE demonstra ser! OBRIGADA por estas sábias palavras nesse "meu dia" de hj... Andréa Pereira Maçãzinha


"O ex-presidente Lula fora diagnosticado com um Câncer na Laringe.


Começou a polêmica.
Por que o ex-presidente não experimenta do mesmo sistema de saúde que o cidadão comum faz uso no dia dia?
Vamos ao que interessa.
Há pelo menos 7 anos, pelos quais ando viajando por universidades e escolas, fazendo palestras e participando de debates com professores e alunos do Brasil inteiro, sozinho ou ao lado do meu grupo de ação política ( QUE NÃO É UMA ONG – Procure por : “Voluntários da pátria” no Google) levo a questão:

Todo político eleito, assim como seus familiares de primeiro Grau, deveriam ser OBRIGADOS POR LEI, a fazer uso do sistema público que oferecem ao povo.

Filho(a) deveria estudar em Escola Pública, assim como esposa(o), deveriam receber todos os tratamentos de saúde pelo SUS. Isso, para se dizer o mínimo. Para entender o que o povo passa quando precisa de tais serviços.

Todavia, farei uma análise IMPARCIAL e apartidária, buscando apenas o viés sócio-político que nos UNE (Não fuja do texto por ter lido isso ok? ) e me pautando por meus humildes estudos e pela forma que observo o comportamento coletivo.

Por onde devo começar?
Que tal pela hipocrisia de quem esta cobrando que o ex-presidente seja tratado pelo SUS?
Será que são os mesmos que tem plano de saúde e também não fazem uso do Serviço público, ou será que são aqueles que de fato enfrentam horas, dias e meses de espera para simples consultas, imagine um tratamento de uma doença tão complexa.

Espere aí um momento. Guarde suas pedras contra mim. Controle sua raiva por hora. Vamos aos poucos destrinchando a questão. Ao fim do texto, você poderá tirar suas conclusões, se decidir seguir a leitura.

Dizem que o Brasil é uma Democracia.

Mentira, o fato de supostamente escolhermos nossos representantes, não determina que vivamos numa democracia REAL, pelo simples fato de que numa democracia VERDADEIRA, o povo participa e conduz seu país junto a seus representantes eleitos.

Fazemos isso?

Numa Democracia também partimos do princípio de que temos liberdade de escolha, mas no Brasil, esta liberdade de escolha esta diretamente atrelada ao poder financeiro. Para ser BEM objetivo: Quem pode pagar escolhe onde o filho estuda e onde é atendido caso precise de um hospital, quem não pode pagar, usa o que tem ou fica sem.
Aquele que não pode pagar, vive sob uma ditadura.

O que isso tem a ver com o Câncer do Lula e o SUS?

Vamos conectar os cabos.
Vivemos num regime PRESIDENCIALISTA, que é dividido por TRÊS poderes:
Executivo ( Presidente ), Legislativo ( Senadores, deputados), Judiciário ( Magistrados, juízes e desembargadores ).

Nós, O POVO, escolhemos há cada 4 anos, quem serão os responsáveis por gerir nosso país. Aqueles que criarão leis e determinarão o destino de nossos RECURSOS E IMPOSTOS, fazendo investimentos nos setores públicos.

DEPUTADOS FEDERAIS E SENADORES, são as autoridades competentes para estas atuações.

O PRESIDENTE tem o poder de decidir com a assinatura final, se uma lei ou algum dispositivo VOTADO (SECRETAMENTE) por nosso PODER LEGISLATIVO, será válido ou não. Logo, o PRESIDENTE, não é o personagem PRINCIPAL em nosso regime político, como MUITA GENTE POSSA PENSAR. Ele de fato tem um papel decisivo, mas até chegar em suas mãos, as DECISÕES passam por aqueles que nós muitas vezes elegemos e depois esquecemos quem são.

O que quero lhe dizer, caro leitor, é que não adianta você votar no PRESIDENTE, sem ter consciência de que são os DEPUTADOS E SENADORES que determinarão o SEU DESTINO.

O Presidente, tem seus MINISTROS, que são responsáveis por administrar a VERBA destinada a cada MINISTÉRIO e estes homens também estão direta ou indiretamente subordinados ao LEGISLATIVO.

Cabe ao PODER JUDICIÁRIO, julgar se é legal ou ILEGAL, determinadas escolhas feitas por nossos parlamentares de acordo com a CONSTITUIÇÃO e por fim concluir os processos que percorrem os tribunais brasileiros, constituindo assim, o papel da JUSTIÇA, segundo o código penal.

E daí?

Sendo assim, acho válido analisarmos com QUAL MORAL estamos cobrando que o nosso ex-presidente seja TRATADO de seu Câncer por um hospital PÚBLICO, como se isso representasse nossa VINGANÇA contra ele pelo quadro SECULAR mantido também por nós, de nossos PÉSSIMOS serviços públicos.

O Grande MAL DO BRASILEIRO é achar que não tem responsabilidade TAMBÉM pelo que é da ORDEM PÚBLICA. Acreditar que esta “fazendo sua parte” quando vai até uma URNA de quatro em quatro ANOS e muitas vezes, sem consciência alguma do que isso representará para seu destino, escolhe seus governantes.
Qual é a diferença entre o PRESIDENTE e o CIDADÃO que paga um plano de Saúde e recebe tratamento num hospital particular?
Ou achamos que por ser PRESIDENTE, o indivíduo tem o PODER EXCLUSIVO de resolver TODOS OS PROBLEMAS DA NAÇÃO?

Não vivemos numa DEMOCRACIA? Então o que nos difere na escolha de um leito?

Quero dizer com isso, que aquele que ACEITA CALADO, sem fazer absolutamente NADA para mudar o quadro social e político desse país, assim como aquele que paga impostos e ainda precisa arcar com custos de planos de saúde e escolas particulares, deixando de lado suas responsabilidades relacionadas a COBRANÇA E AO ACOMPANHAMENTO das escolhas feitas por nossos POLÍTICOS, ABRINDO MÃO de suas responsabilidades políticas e sociais estão igualmente no mesmo barco. Porque PODEM usufruir de um SISTEMA A PARTE DO SISTEMA e geralmente em sua grande maioria, estão literalmente CAGANDO para quem não tem como pagar e usar os serviços privados.

Logo, se você esta desejando que o ex-presidente seja atendido pelo SUS, mas não LUTA para que o SUS funcione e nem se importa com quem de fato USA O SUS, você esta sendo suficientemente CONIVENTE com o nosso belo quadro social. Por consequência, esta LEVANTANDO ESTA BANDEIRA, não por consciência política, mas pela FALTA DELA.

De modo que, desejar a morte ou maus tratos a um ex-presidente, seja ele qual for, e ignorar que nós também somos diretamente responsáveis pelo cenário que se estabeleceu nesse país, é desejar que em breve todos nós sejamos mortos pela mesma falta de bom senso.

No momento em que ENTENDERMOS como funcionam as nossas escolhas políticas e quais influências elas trazem ao nosso cotidiano e então passarmos a cuidar de nossas responsabilidades sendo menos EGOÍSTAS e mais cidadãos, TALVEZ, possamos jogar essa primeira pedra.

Se atente para as BANCADAS que são bancadas pelos PLANOS privados, em detrimento de um sistema público eficiente. Aqueles que nunca aparecem, mas que detém o DINHEIRO que promove CAMPANHAS políticas em TROCA de muitos benefícios.

Procure saber se o SENADOR que você votou está VOTANDO as leis e os projetos de ACORDO com o que lhe foi prometido. Busque informações sobre o Deputado para o qual seu voto foi dado, se o mesmo está realmente cumprindo com suas obrigações ou apenas legislando em benefício próprio.

Exercer a CIDADANIA, não é fazer campanha no Twitter ou postar Textos pré-fabricados no Facebook. EXERCER a cidadania é entender que TODOS NÓS, fazemos parte da mesma engrenagem e que para que ela funcione bem, temos que trabalhar JUNTOS e não uns contra os outros.

Desejo um bom tratamento ao ex-presidente LULA e sua plena Recuperação, assim como desejo que todos nós possamos lutar para que não só OS POLÍTICOS façam uso do sistema PÚBLICO, mas todo e qualquer BRASILEIRO, pois NÓS PAGAMOS IMPOSTOS PARA ISSO.  
          Nunca se esqueçam. "  -  (Tico Santa Cruz)



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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Amar é Punk...






Eu já passei da idade de ter um tipo físico de homem ideal para eu me relacionar. Antes, só se fosse estranho (bem estranho). Tivesse um figurino perturbado. Gostasse de rock mais que tudo. Tivesse no mínimo um piercing (e uma tatuagem gigante). Soubesse tocar algum instrumento. E usasse All Star. Uma coisa meio Dave Grohl.

Hoje em dia eu continuo insistindo no quesito All Star e rock´n roll, mas confesso que muita coisa mudou. É, pessoal, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios e longas conversas.

Engraçado que quando a gente pára de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa simples do tipo: você conhece o cara. Começa, aos poucos, a admirá-lo. A achá-lo FODA.

E, quando vê, você tá fazendo coraçãozinho com a mão igual uma pangaré. (E escrevendo textos no blog para que ele entenda uma coisa: dessa vez, meu caro, é DIFERENTE).

Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. Ele vai esquecer todo mês o aniversário de namoro, mas vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão-de-sal bem branco (e com muito queijo).

Ele não vai fazer declarações românticas e jantares à luz de vela, mas vai saber que você está de TPM no primeiro “Oi”, te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez.

Ah, gente, sei lá. Descobri que gosto mesmo é do tal amor. DA PAIXÃO, NÃO. Depois de anos escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar, venho humildemente me retificar. EU QUERO ALGUÉM QUE DIVIDA O CHÃO COMIGO.

QUERO ALGUÉM QUE ME TRAGA FÔLEGO. Entenderam? Quero dormir abraçada sem susto.

Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer), tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.

Antes eu achava que, se não tivesse paixão, eu iria parar de escrever, minha inspiração iria acabar e meus futuros livros iriam pra seção B da auto-ajuda, com um monte de margaridinhas na capa. Mas, CARAMBA! Descobri que não é nada disso. Não existe nada mais contestador do que amar uma pessoa só.

Amar é ser rebelde. É atravessar o escuro. É, no meu caso, mudar o conceito de tudo o que já pensei que pudesse ser amor. Não, antes era paixão. Antes era imaturidade.

Antes era uma procura por mim mesma que não tinha acontecido.

Sei que já falei muito sobre amor, acho que é o grande tema da vida da gente. Mas amor não é só poesia e refrões. Amor é RECONSTRUÇÃO. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios.

Demorei anos pra concordar com meu querido (e sempre citado) Cazuza: “eu quero um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida”.

Antes, ao ouvir essa música, eu sempre pensava (e não dizia): porra, que tédio!

Ah, Cazuza! Ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar - ah, o amor!

- AMAR É PUNK."


(Fernanda Mello)

Mulheres inteligentes e caras pra lá de babacas...

"Toda mulher que se preza já se apaixonou por um babaca. A história é quase sempre a mesma, o final também. A gente conhece um cara, ele se mostra doce, maravilhoso e bem-resolvido. A gente – encantada – guarda a intuição no fundo da gaveta, veste o melhor decote (e o melhor sorriso) e sai linda, leve e solta para mais um capítulo cheio de frases mal-contadas, celular desligado e eventuais sumiços.


Verdade seja dita: a gente sente que tem alguma coisa errada, mas acaba fazendo vista grossa. E acha que está sensível demais, exigente demais, desconfiada demais. E deixa rolar. O resultado? O cara te enrola, te pede desculpas. Depois vacila de novo e te enche de presentes.

Estou escrevendo esse texto para eu mesma decorar. Imprimir. E nunca mais esquecer.

A gente não pode sair por aí perdendo nosso tempo com esses babacas. Chega de desculpar tanto, de tampar o sol com a peneira. Quando um cara REALMENTE está afim de você, ele vai até o inferno por você. Essa verdade ninguém me tira.

Não tem trabalho, família, futebol, amigos, crise existencial, nem celular sem bateria que façam com que ele – caso tenha educação e a mínima consideração – não tenha tempo de dizer um simples “oi”.

Isso não é pedir muito, concorda? O cara não precisa dar satisfação a toda hora, te ligar várias vezes por dia, isso é chato e acaba com qualquer romance.

O que eu quero dizer é que mulher precisa de carinho. Atenção. E uma sacanagem bem-dosada.

Se o sujeito vive brincando de esconde-esconde, não responde lindamente suas mensagens, não te chama pra sair com os amigos dele e nem tenta te agarrar quando você diz que está com uma lingerie de matar por debaixo da roupa – minha amiga – o negócio está feio. Muito feio.

Confesso que não é tarefa fácil colocar um ponto final de uma hora pra outra nessas histórias. Somos seres românticos, abduzidos pelos finais felizes dos filmes e livros. A gente sempre acha que alguma coisa vai mudar, que ele vai perceber TUDO o que está perdendo e vai aparecer com flores na porta da nossa casa. Mas a realidade é diferente.

Não somos a Julia Roberts, não estamos numa comédia romântica e, na vida real, homens são simples e previsíveis. Quando eles querem uma coisa, não há nada – nem ninguém – que os impeça. Portanto, anotem aí: quando um cara está afim de você, ele vai te ligar, ele vai te procurar, ele vai te beijar, ele vai querer estar sempre com as mãos em cima de você.

Não sou radical, apenas cansei de dar desculpas pra erros que não são meus. Ou são. Afinal um cara babaca sempre dá pistas de que é babaca. Só não enxerga, quem não quer."


(Fernanda Mello)



Mulher de Frases...

"Não sei quanto a vocês, mas amor pra mim ter que ter cheiro. Gosto. E FRASES. Não adianta dizer que um olhar vale mil palavras, que o silêncio diz tudo. Não, não e não.


Eu quero sentir, tocar, cheirar, provar, morder e OUVIR. LER. Então, por favor, DIGA. Qualquer coisa que seja, qualquer frase, qualquer palavra perdida, FALE. Ou ESCREVA. Mas por favor, ETERNIZE. Palavras foram criadas para fotografar o coração.

Então por favor, não poupe o mundo da sua essência. Click. Palavras são simples. Precisas. Lindas em sua pureza de ser dita. Ben(m) dita! Não precisa fazer pose. Deixe acontecer. Se a garganta der nó e a sílaba não sair, ESCREVA. Caneta e lápis na mão, SEJA. Mostre-se. Eu não me apaixono por pessoas. Eu me apaixono por frases. Me alimento de palavras. Verdades, incertezas, medos, doçuras e pequenas mentiras. Não importa.

Eu quero provar seus verbos. Seus sujeitos. Seus objetos. Eu quero te ler. Te sublinhar. Te copiar. Te re-ler. Então, por favor, escreva-se. Inscreva-se. Eu quero te pregar num post-it pra nunca mais te esquecer. Quer saber? O que me encanta no mundo são letras, vogais, combinações inexatas entre o que quer dizer e o que se diz.

Não precisa dizer bonito. Muito menos escrever bonito. Palavra vira poesia quando dita com a alma. Por isso, solte-se. Rabisque-se.

Eu não vou analisar suas palavras. Eu vou apenas senti-las... Sentir você em cada letra escrita, em cada ponto, em cada frase desenhada. Por isso, permita-me.

Eu não quero gramática, dicionário, frases de efeito, plágios descarados pra preencher vazio.

Eu quero você. Você e suas palavras. Você e sua letra torta. Em qualquer frase, qualquer rima, qualquer asterisco no pé da página. Mas que seja você.

Que brote do silêncio da sua alma bonita e se transforme em letras: palavras para eternizar a poesia que é seu coração!"

(Fernanda Mello)

Dupla Falta...

" O belo texto do mineiro Rubem Alves sobre as diferenças entre o tênis e o frescobol (usadas como metáforas para o casamento) é tão conhecido que não seria absurdo supor que foi nele que a americana Lionel Shriver se inspirou para escrever seu recente lançamento, Dupla Falta. Se não foi, é um caso de feliz coincidência, ainda que de feliz sua obra não tenha nada.


A história do livro é razoavelmente simples: o encontro amoroso de uma tenista obstinada em subir posições no ranking com um tenista de talento mediano que vê o tênis apenas como um hobby. Ambos se apaixonam, casam e a partir daí o leitor se torna espectador de um texto que funciona como um jogo de final de campeonato, com cenas de alta tensão e competitividade extrema.


E, como todos sabem, tensão e competitividade combinam com amor tanto quanto cacos de vidro combinam com bebês.

Vibrar com o acerto do outro e pedir desculpas quando se erra: eis uma “relação frescobol”, em que o que interessa é manter a bola em jogo, com ambos se sentindo vencedores pelo simples fato de manterem o entendimento e a sincronia até o término da partida.


Não é o que se vê no livro.

Willy foi uma menina que aos cinco anos decidiu que seria a melhor tenista do planeta, e não fez outra coisa na vida a não ser lutar pelo seu lugar no pódio. Eric, por sua vez, cresceu fazendo de tudo um pouco e, quando resolve se aventurar no tênis, acaba naturalmente conquistando posições que a esposa sempre almejou. Logo ele, que nunca quis nada com as raquetes.

Quem esse diletante pensa que é para realizar um sonho que nunca foi dele, e sim dela?

O livro escancara traumas de infância, obsessões delirantes e a deterioração que o fracasso pode provocar em alguém que se leva a sério demais. Willy não tem um marido, e sim um adversário. E um adversário muito superior, não por ser melhor tenista do que ela - não é -, mas por dominar as regras do jogo da vida, que Willy nunca aprendeu.

A autora Lionel Shriver, que já tinha deixado o mundo literário de queixo caído com seu implacável Precisamos Falar Sobre Kevin, mais uma vez desnuda a perversidade escondida onde menos se espera: dentro das relações mais íntimas e nobres.

Os diálogos do livro são voleios ferozes, brutais. De certa forma, traduzem a sociedade atual, que exalta o sucesso como a única alternativa de existência, deixando todas as demais no limbo. Na impossibilidade de lutarmos contra nossas fraquezas, resta-nos a baixeza maior: se alegrar com a derrota alheia.

O livro confirma: a diferença entre ser um vencedor e um perdedor nunca esteve relacionada nem ao sucesso, nem ao fracasso. "

(Martha Medeiros)

Amputações...


"Quando o filme 127 Horas estreou no cinema, resisti à tentação de assisti-lo. Achei que a cena da amputação do braço, filmada com extremo realismo, não faria bem para meu estômago. Mas agora que saiu em DVD, corri para a locadora. Em casa eu estaria livre de dar vexame.

Quando a famosa cena se iniciasse, bastaria dar um passeio até a cozinha, tomar um copo d´água, conferir as mensagens no celular, e então voltar para a frente da TV quando a desgraceira estivesse consumada. Foi o que fiz.

O corte, o tão famigerado corte, no entanto, faz parte da solução, não do problema. São cinco minutos de racionalidade, bravura e dor extremas, mas é também um ato de libertação, a verdadeira parte feliz do filme, ainda que tenhamos dificuldade de aceitar que a felicidade pode ser dolorosa. É muito improvável que o que aconteceu com o Aron Ralston da vida real (interpretado no filme por James Franco) aconteça conosco também, e daquele jeito.

Mas, metaforicamente, alguns homens e mulheres conhecem a experiência de ficar com um pedaço de si aprisionado, imóvel, apodrecendo, impedindo a continuidade da vida. Muitos tiveram a sua grande rocha para mover e, não conseguindo movê-la, foram obrigados a uma amputação dramática, porém necessária.

Sim, estamos falando de amores paralisantes, mas também de profissões que não deram retorno, de laços familiares que tivemos de romper, de raízes que resolvemos abandonar, cidades que deixamos. De tudo que é nosso, mas que teve que deixar de ser, na marra, em troca da nossa sobrevivência emocional. E física, também, já que insatisfação é algo que debilita.

Depois que vi o filme, passei a olhar para pessoas desconhecidas me perguntando: qual será a parte que lhes falta? Não o “Pedaço de Mim” da música do Chico Buarque, aquela do filho que já partiu, mutilação mais arrasadora que há, mas as mutilações escolhidas, o toco de braço que tiveram que deixar para trás a fim de começarem uma nova vida.

Se eu juntasse alguns transeuntes, aleatoriamente, duvido que encontrasse um que afirmasse: cheguei até aqui sem nenhuma amputação autoprovocada. Será? Talvez seja um sortudo. Mas é mais provável que tenha faltado coragem.

Às vezes o músculo está estendido, espichado, no limite: há um único nervo que nos mantém presos a algo que não nos serve mais, porém ainda nos pertence. Fazer o talho sangra. Machuca. Dói de dar vertigem, de fazer desmaiar. E dói mais ainda porque se sabe que é irreversível. A partir dali, a vida recomeçará com uma ausência.

Mas é isso ou morrer aprisionado por uma pedra que não vai se mover sozinha. O tempo não vai mudar a situação. Ninguém vai aparecer para salvá-lo. 127 horas, 2.300 horas, 6.450 horas, 22.500 horas que se transformam em anos.

Cada um tem um cânion pelo qual se sente atraído. E um cânion do qual é preciso escapar."


(Martha Medeiros)

Vingança...

"Muitas frases espirituosas já foram escritas a respeito de vingança. Gosto de uma que diz: “Contra quem lhe tomou sua esposa, não existe vingança melhor do que o infeliz ficar com ela pra sempre”. Vale para ambos os sexos, acrescento.


A vingança é uma atitude de mau humor, e o mau humor pode ser risível. Eu, ao menos, acho engraçado que alguém perca tempo se dedicando a se vingar do que quer que seja, deixando claro o quanto se sentiu ofendido. Há vingança melhor do que não dar a mínima?

Mas, para a maioria das pessoas, é difícil ficar indiferente diante de uma situação que, a priori, causou prejuízo. Até o Velho Testamento cita o “olho por olho” como forma de sanar o dano causado. Toma lá, dá cá. Aqui se faz, aqui se paga. Ok, mas me parece um desperdício de energia.

Não chego ao cúmulo de oferecer a outra face, que isso é coisa pra santo. Perdoo, mas me blindo. Se aprontou uma vez, aprontará outra. Fico na minha, me fortaleço e trato de viver cada dia melhor – nada irrita mais nossos inimigos.

Pesquisas indicam que as mulheres são mais vingativas do que os homens, o que nos faz descer alguns degraus, sustentando a teoria do sexo frágil. Transar com outro, sem estar a fim, só porque fomos traídas? Roubar o namorado da amiga porque ela ficou com nosso emprego? Espalhar boatos pela internet porque alguém foi desleal? É a confirmação da nossa pequeneza, que passa a se igualar à pequeneza de quem falhou conosco.

A iraniana Ameneh Bahrami, que no último domingo perdoou o homem que lhe jogou ácido no rosto, cegando-a, declarou que a clemência lhe fez bem. Ela o salvou minutos antes de ele próprio ter os olhos corroídos por ácido num hospital de Teerã. O médico já estava com o material na mão para consumar a vingança (autorizada pelas leis islâmicas). O agressor estava de joelhos, aos prantos, aguardando o pior, quando chegou o telefonema com o perdão da vítima.

Por que Ameneh desistiu de pagar na mesma moeda? Sei lá, talvez porque não foi um filho dela que o maluco cegou (mexam com nossas crias e bye bye superioridade), mas o mais provável é que o mal nunca tenha feito parte da sua natureza. Ela não quis ser como ele.

Dizem que se vingar dá uma sensação agradável, que a vingança é doce, traz consolo, segurança, que há até um componente erótico em sua consumação. Estão aí os defensores da pena de morte para confirmar o júbilo que a vingança provoca. Eu sigo achando que lutar por justiça é um dever, mas se vingar é tosco. Só é aceitável quando o destino é que se vinga por nós, sem que a gente suje as mãos. Há que se confiar na providência divina.

Já a vingança arquitetada é a infantilidade usando salto alto e batom, fingindo-se de gente grande."


(Martha Medeiros)




quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O medo de errar...

"A gente é a soma das nossas decisões.


É uma frase da qual sempre gostei, mas lembrei dela outro dia num local inusitado: dentro do súper. Comprar maionese, band-aid e iogurte, por exemplo, hoje requer expertise. Tem maionese tradicional, light, premium, com leite, com ômega 3, com limão, com ovos “free range”. Band-aid, há de todos os formatos e tamanhos, nas versões transparente, extratransparente, colorido, temático, flexível.


Absorvente com aba e sem aba, com perfume e sem perfume, cobertura seca ou suave. Creme dental contra o amarelamento, contra o tártaro, contra o mau hálito, contra a cárie, contra as bactérias. É o melhor dos mundos: aumentou a diversificação. E com ela, o medo de errar.


Assim como antes era mais fácil fazer compras, também era mais fácil viver. Para ser feliz, bastava estudar (magistério para as moças), fazer uma faculdade (Medicina, Engenharia ou Direito para os rapazes), casar (com o sexo oposto), ter filhos (no mínimo dois) e manter a família estruturada até o fim do dias. Era a maionese tradicional.


Hoje, existem várias “marcas” de felicidade. Casar, não casar, juntar, ficar, separar. Homem com mulher, homem com homem, mulher com mulher. Ter filhos biológicos, adotar, inseminação artificial, barriga de aluguel – ou simplesmente não tê-los.


Fazer intercâmbio, abrir o próprio negócio, tentar um concurso público, entrar para a faculdade. Mas estudar o quê? Só de cursos técnicos, profissionalizantes e universitários, há centenas. Computação Gráfica ou Informática Biomédica? Editoração ou Ciências Moleculares? Moda, Geofísica ou Engenharia de Petróleo?


A vida padronizada podia ser menos estimulante, mas oferecia mais segurança, era fácil “acertar” e se sentir um adulto. Já a expansão de ofertas tornou tudo mais empolgante, só que incentivou a infantilização: sem saber ao certo o que é melhor para si, surgiu o medo de crescer.


Todos parecem ter 10 anos menos. Quem tem 17, age como se tivesse 7. Quem tem 28, parece ter 18. Quem tem 39, vive como se fossem 29. Quem tem 40, 50, 60, mesma coisa. Por um lado, é ótimo ter um espírito jovial e a aparência idem, mas até quando se pode adiar a maturidade?



Só nos tornamos verdadeiramente adultos quando perdemos o medo de errar. Não somos apenas a soma das nossas escolhas, mas também das nossas renúncias. Crescer é tomar decisões e, depois, conviver pacificamente com a dúvida. Adolescentes prorrogam suas escolhas porque querem ter certeza absoluta – errar lhes parece a morte.



Adultos sabem que nunca terão certeza absoluta de nada, e sabem também que só a morte física é definitiva. Já “morreram” diante de fracassos e frustrações, e voltaram pra vida. Ao entender que é normal morrer várias vezes numa única existência, perdemos o medo – e finalmente crescemos."




(Martha Medeiros)



terça-feira, 18 de outubro de 2011

Jota Quest - Só Hoje ao vivo no Rock in Rio 2011

Sou mega fã do Jota Quest e como sou rata de textos, poesias, deboches e afins na internet,
descobri ontem, totalmente por acaso, o Blog e o FB da pessoa que escreveu, não só esta música,
como outros sucessos da banda...

Me senti tãoooo idiota por isso!!!
Os cantores fazem sucesso e não damos o real valor aos verdadeiros responsáveis pelas letras
que sempre nos tocam.
Sempre aconteceu, e na verdade acho que NUNCA vai mudar, mas inconsciente ou não, é um grande erro da nossa parte!!! It's a BIG mistake!!!

Parabéns, Fernanda Mello!!!

Obs.: Esse show foi perfeito!!! Já fui a vários, porém este foi DEMAIS!!! Emocionante e arrepiante...

Salve, Jota Quest!!! #Amo



FERNANDA MELLO: 28 de outubro de 2005 É DANDO QUE SE RECEBE!(...

FERNANDA MELLO:
28 de outubro de 2005
É DANDO QUE SE RECEBE!


(...
: 28 de outubro de 2005 É DANDO QUE SE RECEBE! (pode pensar o que quiser, ainda acho a reciprocidade uma das coisas mais gostosas- e dive...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dar não é fazer amor...

"O que escrever para a próxima coluna? Listo prováveis assuntos: o mercado de trabalho, homens que cospem catarros horrorosos pelas ruas, minha bunda, sexo sem amor, a necessidade de ter alguém pra chamar de amor.


Demoro um dia inteiro para me decidir porque sou indecisa. Não me decido por nenhum porque sou possessiva e filha única: quero todos. Então vamos lá, seguindo a ordem.

Existe um boato por aí que publicitário tem a vida mansa e que todos eles são meio loucos. Isso dá uma coceirinha nos estudantes que acham esse papo muito cool e se matriculam aos montes pelas faculdades do país. Sou redatora publicitária e há dois anos e meio não tenho um salário decente apesar das mais de doze horas trabalhadas por dia. Já mudei de agência seis vezes e já mudei de assunto mais de mil quando amigos e parentes perguntam por que eu não tenho um horário fixo, um salário fixo e um lugar fixo para ir todos os dias. Aturo a crise mundial, a crise do país, a crise do mercado, a crise do mercado publicitário e a crise de meia-idade de colegas de trabalho com seus leões na mesa, suas baleias em casa e a tara por jovenzinhas deslumbradas e em aprendizado.

O boato da loucura é realidade, ninguém normal atura isso tudo.
Quanto a ter a vida mansa, que vão todos para a merda antes que eu me esqueça.


Não sei de muitas coisas nesta vida, mas aprendi que entre a paixão e o ódio pela propaganda, tem sempre um catarro. Vou andando pelas ruas pensando em todos os lados bons e ruins da minha profissão: eu crio, eu não tenho um trabalho burocrático, chato, operacional, burro, exato. Eu movimento grana, eu emociono, eu faço as pessoas rirem. Plá, uma catarrada. Eu ganho mal, me deram uma porra de um PC em vez de um Mac, eu fico muito tempo sentada e minha bunda tá horrível, plá, outra catarrada.

Por que diabos esses imundos homens cospem essas melequeiras pelas ruas? Por que diabos? Por que diabos? Como eu odeio isso. ODEIO. Onde está escrito que o mundo permite essa escatologia exposta à luz do dia? Às vezes é preciso desviar para não sentir respingarem resquícios da nojeira no peito do pé. Desejo do fundo do meu coração que todos eles sufoquem entalados com suas crias gosmentas e fiquem tão verdes quanto elas.


Mas ainda mais nojento do que escutar aquela chupada suína que precede o plá da catarrada, é escutar o sugar de tesão de um escroto qualquer que você nunca viu na vida. É aquele "ssssssssss delícia", "ufffffffffffffffff gostosa".


Não se anime não, seu neanderthal urbano, que o que você está vendo é apenas o poder de uma calça jeans caríssima, que uma redatora publicitária em começo de carreira com seu salário de merda só pode ter comprado em cinco vezes sem juros. Cê não tá vendo, querido, que por trás disso é apenas a bunda de uma redatora publicitária que sofre várias crises de mercado e não tem tempo para uma academia? Tá caída, mermão! Já não é mais a mesma. Aliás, isso me lembrou a propaganda, mas este assunto já deu.


E por falar em dar... dar não é fazer amor. Dar é dar. Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido, mas dar é bom pra cacete. Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca, te chama de nomes que eu não escreveria, não te vira com delicadeza, não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar. Dar sem querer casar, sem querer apresentar pra mãe, sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral, te amolece o gingado, te molha o instinto. Dar porque a vida de uma publicitária em começo de carreira é estressante e dar relaxa. Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã. Tem caras que você vai acabar dando, não tem jeito. Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.



Dar é bom. Na hora. Durante um mês. Para as mais desavisadas, talvez por anos. Mas dar é dar demais e ficar vazia. Dar é não ganhar. É não ganhar um "eu te amo" baixinho, perdido no meio do escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir. É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que cê acha, amor?". Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua" - (Tati Bernardi)


Há muito tempo eu já havia postado parte deste texto da Tati Bernardi.
Hoje encontrei-o completo e resolvi polstá-lo novamente.
Acho SENSACIONAL! Acho INCRÍVEL  e VERDADEIRO de acordo com as minhas convicções!
Acho MUITO Tati Bernardi, debochada e escrachada na medida exata sem perder a "doçura contemporânea" que tem sido motivo de seu crescimento. Por isso tudo e por muito  mais, achei que ele merecia estar novamente aqui no meu blog, e dessa vez, por inteiro...

Salve @Tati_Bernardi !!!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

RAFINHA BASTOS em "CHURRASCARIA"


SENSACIONAL!!!!!!!!!
Mais um ponto para o Rafinha...





"BRASIL: onde os políticos são levados na brincadeira e os comediantes são levados a sério"

Frase perfeita enviada via twitter da @cielereis e que resume ABSOLUTAMENTE TUDO!!!


HIPOCRISIA PURA!!!
Num programa onde NUNCA houve qualquer preocupação com as piadas que eram feitas sobre as celebridades - e INCLUSIVE COM AS AUTORIDADES - como pode ter acontecido isso???

Podemos concluir que a partir de hoje, o CQC vai mudar totalmente seu perfil?!?!
Passará ser um programa sem autencidade???

Um programa que eu considerava autêntico e inteligente, principalmente, quando falavam na lata dos políticos as atitudes surreais que eles praticavam ou melhor DEIXAVAM DE PRATICAR, virando as costas para o povo brasileiro, esquecendo-se de cumprir as promessas feitas aos seus eleitores!

A atitude dos companheiros do Rafinha, na minha humilde opinião, foi exatamente igual!!!
Na hora em que o cara mais precisou, não seguraram a onda dele, deram as costas!!!
EQUIPE, É EQUIPE... OU ESTÁ JUNTO, OU ESTÁ JUNTO! Não existe outra opção!
E o nome da atitude dos seus companheiros de trabalho: chama-se TRAIÇÃO!!!
Será que de tanto falar com corruptos, eles também se corromperam???
Concordo que pode não ter sido uma piada de muito bom gosto, assim como também chamar as pessoas de gordas, como fizeram INÚMERAS VEZES com o Ronaldo e a Preta Gil, também não é algo MUITO legal!!! Concordam???

Ah! Vale ressaltar que não existe 1 componente do CQC que não tenha feito algum dia uma sacanagenzinha, um debochezinho, qualquer que seja, com alguém...

Enfim...

#CQC #FAIL TOTAL!!!



Minha única mensagem para o Rafinha: "PREGO QUE SE DESTACA, LEVA MARTELADA"

Cuidado com o que você deseja...

Vejamos um exemplo prático de como a mente funciona. Considere essa foto abaixo....










Vamos analisar, de forma bem estereotipada, o que ela representa pra alguns grupos de pessoas



(leia a análise após a foto):



- Para homens adolescentes ela é uma bunda (e que bunda!). Somente os mais observadores a definirão como uma bunda atravessando a rua.

- Para homens mais maduros é uma mulher com uma bunda respeitável atravessando a rua.

- Os homens insaciáveis imaginam logo a mulher pelada.

- Homens sábios e espirituosos meditarão na presença de espírito do fotógrafo que, em face de tal beleza, a compartilhou com a humanidade.



- Para metade das mulheres essa é uma mulher vulgar, que não deveria ter saído de casa desse jeito.

- A outra metade está imaginando onde ela comprou essa blusa de rendinhas.

- Mulheres sábias e espirituosas meditarão na impermanência da bunda e imaginarão a desgraça que vai ser esse traseiro aos 50 anos.



- Crianças, curiosos e monges provavelmente perceberão um cachorro dirigindo um carro na foto .






"Eu sempre quis ter uma bunda grande. Cuidado com o que você deseja." 
(Tati Bernardi)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Guns N' Roses ♫ Sweet Child O' Mine - Rock In Rio 2011




Só quem conviveu comigo na adolescência, sabe o quanto fui apaixonada por eles...

Acabei de rever o compacto do Rock In Rio na Globo e só agora me dei conta como passou rápido!
Bateu uma tristeeeezzzaaa...
Esperei 20 anos para rever a banda Guns'n Roses e quando eles entraram voltei para 1991 e vibrei como se tivesse sido a primeira vez!!!
Fiquei e fico muito triste quando leio tantas críticas sobre o Axl. Fico mesmo! Não gosto quando falam de alguém que admiro! Quem gosta???  Então, acho totalmente natural essa minha vontade de apertar o pescoço de cada pessoa que anda falando deles, especialmente dele, por aí... rs

Cara, os anos se passaram, aliás, 20 anos se passaram e agora ele tem quase 50 anos de idade!!! Todo mundo falando do corpo dele, da voz ...
Eu não vejo nada disso! Para ser bem sincera, quando olhei para o palco, nesse dia 02/10/2011, eu revi aquele "menino" de 1991 e revivi a mesma emoção dos shows que fui em 91... FOI MÁGICO!!! Virei adolescente novamente...
É, realmente, tenho essa mania de olhar para o presente e ver o passado...

E querem saber? Acho até que o Axl está MUITO BEM, para alguém que levou ao pé da letra o lema "Sexo, Drogas e Rock and Roll"

Infelizmente, temos o péssimo hábito de desmerecer as pessoas quando a idade chega. Engraçado, deveria ser o contrário não? Enfim...

Para mim, ele continua perfeito, o show foi perfeito, foi tudo perfeito! Inclusive toda expectativa se ele viria ou não, e depois a demora... Sabem por que? Se não tivesse tido uma frescura, não seria o bom e velho Axl...rs



Aproveito para registrar uma crítica em relação à transmissão: a voz estava completamente diferente do ao vivo! E, para ser até mais sincera, estava UMA MERDA!!! Ah, e antes que digam que estou saindo em defesa do Guns, isso não foi só com eles. Fui a todos os dias do festival e pude observar isso em todos os shows. No Red Hot por exemplo, o som da guitarra estava muito mais evidente que a voz Anthony Kiedis e lá estava perfeito! Tudo em total sintonia!



De qualquer forma, para nós fãs que estivemos presentes e que esperamos por todo atraso embaixo daquela chuva torrencial, o que ficou foi a imagem de um Axl mais velho sim, uma banda completamente diferente sim, porém que nada deixou a desejar...
Não para os verdadeiros fãs!!!

Levei minha sobrinha ao show do Justin e entendo perfeitamente toda histeria daquelas meninas. Só um fã é capaz de entender as loucuras que somos capazes de fazer...

Obrigada a todos os responsáveis por me dar mais esse privilégio!
Nunca imaginei que pudesse rever meu ídolo novamente e talvez tenha sido a minha última oportunidade...
Momento de muita emoção, único, inesquecível e ÍMPAR!!!

Hoje, vi no twitter a hashtag #AprendiComRockInRio e o que eu aprendi foi:

"#AprendiComRockInRio q o verdadeiro fã vibra c a mesma intensidade, ao rever seu ídolo, mesmo quando se passaram 20 anos! #GunsForever #Axl"


Obrigada Rock In Rio!!!


#GunsForever