sábado, 30 de maio de 2009

Divã...


É eu sei, um pouco tarde para quem é fã incondicional de Martha Medeiros. Porém tenho uma justificativa bastante coerente e compreensível...

Como eu disse, Martha não é uma escritora qualquer para mim. Seus textos mexem muito comigo, muito mesmo, vocês nem imaginam!
Bem, pelos posts anteriores vocês poderão observar que não andava muito bem, aliás nada bem e sabia que não tinha a menor condição de assistir Divã mal do jeito que estava, certamente eu sairia "pior" e entraria numa bolha de questionamentos sobre "ser/estar" infindável...
Seria o Caos total! Quase um suicído, uma auto destruição mesmo. (risos)
Quando escrevo isso, não é num sentido ruim.
O sentido de ser destrúida por um texto, filme ou qualquer coisa do gênero, é bem mais assustador...
É ter o interior exposto, a "hipocrisia desnudada", é ser desvendado, descoberto...

Enfim, precisava estar preparada psicologicamente para assisti-lo, precisei criar coragem para ir de peito aberto e pronta para as "porradas" que levaria.
Fomos quinta-feira, eu e minha irmã que também é minha parceira na hora das choradeiras com os textos da Martha...
Foi uma experiência incrível! Saímos dali de alma lavada e claro, chorando horrores como sempre acontece ao término dos seus textos...

Não posso deixar de comentar duas partes do filme.
A primeira, é aquela amizade entre a Mônica e a Mercedes. Lindo! Uma amizade como a nossa. Singela e verdadeira! (A Márcia disse que se eu fizer o que a Mônica fez, ela me enfia a porrada e vou para o caixão toda roxa... kkkkkkkkkkkkkkkkk), só para descontrair.

A segunda parte (e por isso a foto deste post), o diálogo final entre Mercedes e Gustavo, onde ela fala sobre o aprendizado dela com a morte de Mônica. O medo de deixar de falar o fundamental, de deixar pendências na vida...
Perfeito demais!!! Uma cena para se aplaudir de pé!(Chego ficar sem fôlego só de pensar nessa parte...)

Gente tenho tanta coisa para comentar sobre o filme...
O que seria a Mercedes feliz cortando o cabelo?
O que seria ela fumando um back?
O que seria ela na "vibe"?
O que seria ela tirando a meia de alta compressão?
O que seria ela deitada no chão deixando a chuva molhar seu corpo ao se "redescobrir" mulher?
O que seria ela andando com aquele vestido vermelho na cena final, poderosa e mais feminina do que nunca?

E para finalizar, o diálogo maduro e sincero entre Mercedes e Gustavo (já comentado acima).
Ela sabia que tinha um grande homem ao seu lado e também sabia que estava abrindo mão de uma "jóia".
Ela precisava falar o fundamental! Foi lá e não teve medo de se expor, falou para ele tudo o que estava sentindo. Mostrou que tinha ciúmes, mostrou que ainda tinha amor, sem vergonha, sem medo de ser julgada pois ela percebeu que não tinha a ver com o outro e sim com ela e que também poderia não ter mais tempo...


NÃO DEIXAR PENDÊNCIAS. Sem dúvida, uma das maiores lições deste filme!

Foi nítido o quanto eles rejuvenesceram, desabrocharam e principalmente amadureceram após a separação.
Eles tiveram coragem de parar na hora exata e não deixar a relação desgastar até chegar num ponto insustentável.
Aliás, definitivamente me convenci, de que amadurecer não tem a ver com a idade...
Uau! É para nos deixar nas nuvens mesmo, que lição!

Essa cena não poderia ser mais perfeita!
Eles se amavam porém não se completavam mais.
Também ficou claro que não é preciso odiar quem dividiu coisas tão profundas com você. Muito pelo contrário!
Por que temos que virar inimigos de quem foi por um período tão precioso nas nossas vidas? Ainda mais no caso deles que tinham construído laços não apenas afetivos, existiam frutos dessa relação, os filhos.
Óbvio que não é isso! Tem que ser muito medíocre para pensar assim não é não?!? (portanto, mais uma lição...eita!)

Bem, voltando ao diálogo, nesse pedaço também podemos observar que além da admiração, existia entre eles o principal, fundamental e cada vez mais escasso nas relações humanas: RESPEITO


RESPEITO!!!
É, tenho andado com a nítida sensação de que essa é uma palavra mais forte do que AMOR, pois a falta dele muda tudo!!!
Sem dúvida alguma eles não estariam sentados civilizadamente numa mesa se não houvesse respeito entre eles, mesmo se houvesse amor...

Sem dúvida no meu caso essa foi a maior lição que pude tirar do filme.
Já para minha irmã, creio que a lição foi poder testificar que é fundamental não sentir mais medo em falar o que é realmente fundamental!

Sim, eles eram de fato um para o outro, como um vestido Armani que ficou pequeno ou maior com o passar dos anos e já não lhes cabia mais tão bem...

Parabéns Lília Cabral! Você está magnífica neste papel... aliás, como sempre né?!
Agora, nesse papel de Mercedes você está simplesmente... EU! risos

Cada vez mais me convenço, de que os escritores, poetas famosos e não famosos e nem por isso menos talentosos, possuem mais do que o dom de brincar com as palavras... Eles são os únicos que possuem o dom de decifrar e "retratar" com exatidão o que vai no nosso interior. Nós até sabemos o que temos aqui dentro de nós, só não sabemos como exteriorizar...

Obrigada Deus por todos os escritores! :)

É, quero ir novamente!
Estou pronta para aprender novas lições e voltar para casa modificada. Para melhor, sem dúvida!!! Vou com aquele vestido vermelho usado só nas ocasiões mais que especiais... :)

Escrevi no meu orkut no dia que cheguei o seguinte:
"Hoje posso afirmar categoricamente que estou enfim "de alta" do meu analista. Totalmente livre das minhas neuroses, dos meus medos e o melhor sem nada pendente...
Só me resta o futuro!" - (por isso postei novamente o texto strip-tease, posso ir onde eu quiser pois não tem nada em mim pendente, nada em mim obscuro, estou completamente "nua" e pronta para ser mais feliz do que nunca!)

Que venha o futuro então!!!!!!!!!!!!!!

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